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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Grupo mantém vivo tradição do coco de roda no Sertão pernambucano

O mestre puxa os cantos já conhecidos ou de improviso, cujos refrões são acompanhados pelos participantes, tanto com a voz quanto com o gingado. O sapateado - marcado pelos pés calçados ou em tamancos, o ganzá e o pandeiro enriquecem as canções. Este é o “ritual” de uma apresentação do Grupo de Coco Negro e Negras do Sítio Leitão da Carapuça, comunidade remanescentes de quilombos do município sertanejo de Afogados da Ingazeira, a 386 km do Recife.

Para o líder comunitário do Leitão da Carapuça, Sebastião José da Silva, o coco de roda - como é conhecido popularmente, surge nas celebrações das festas do São João e São Pedro. Era motivo de festa quando algum membro da comunidade terminava a construção da casa, onde também “pisavam o chão” para nivelar o terreno. “Nessas ocasiões, tocava-se muita música e dançava-se o samba de coco, com um sapateado característico, com palmas e fortes influências dos ritmos indígenas e batuques africanos”, relembra Sebastião.

De acordo com o historiador, Adelmo Santos, há mais de 50 anos o Grupo de Coco Negros e Negras do Sítio Leitão mantém vivo essa tradição, que passa de geração em geração. Hoje, cerca de 20 pessoas participam do Grupo; são elas crianças, jovens e adultos da comunidade.
Por Daniel Ferreira